Lote n.521, recebido pela Família Mozzini na Linha Base 2, Norte, em Silveira Martins. Na foto, Nadyr João Mozzini e seus pais, Severino e Anna Maria Mozzini, tirada em 1988 quando lá estiveram pesquisando sobre a origem da família.
Nota-se nesse lote o Capitel cujo interior abriga as imagens dos santos Filippo e Giácomo, patronos da Igreja de Cogozzo, terra natal da família. Esses capitéis demonstram a alto grau de religiosidade do povo italiano.
A família MOZZINI, recebeu o Lote 521, na Linha Base 2(norte), hoje, chamada Linha dos Mantovanos. Após o recebimento dos lotes, cada chefe de família deixava a esposa e filhos pequenos no Barracão e subia a serra a sós, ou com filhos maiores para desmatar seu lote, construir uma casa improvisada que possibilitasse abrigar sua família. Quando isso era realizado, liberava espaço no barracão para outras famílias que estariam chegando.
Esse trabalho de preparação do lote e construção das casas, era feito durante a semana. Nos finais-de-semana retornavam para junto de suas famílias. O conforto espiritual era encontrado nas missas dominicais e a labuta do trabalho árduo e diário, era aliviada com o jogo de bochas e de mora. As conversas descontraídas convertiam-se em trocas de experiências, tanto entre os homens que falavam sobre a derrubada da mata e trato da terra, quanto entre as mulheres que falavam sobre filhos e afazeres domésticos.
Casa construída no final do século XIX, situada na Linha-2, Norte, em Silveira Martins-RS, onde nasceu a nona Teresa Anversa, casada com João Mozzini, ambos da primeira geração nascida no Brasil.
Hoje, pertence a Antônio Anversa, sobrinho de Teresa Anversa.
A abundância de pedras na região, favorecia esse tipo de contrução.
Para a Sede da Colônia foram destinados os lotes 21 e 22.
Primeiras providências:
Abertura de clareira (no alto da serra), para construção da igreja e da adminstração da colônia.
Marceneiros foram selecionados para a construção desses prédios.
Durante esse tempo, homens, mulheres e jovens foram aproveitados na abertura de estradas. Imigrantes com ofício, foram estabelecidos no núcleo da colônia em terrenos de 30 x 50m.
Demais receberam lotes que variavam de 16 a 31 hectares.
Os lotes foram distribuídos de maneira que famílias de uma determinada região da Itália, ficassem visinhas. A famílias de Mântova formaram a Linha dos Mantovanos, ganhando, a Família Mozzini, os Lotes 521 e 523.
Lote 521 - Giovani Francesco Pietro Mozzini
Lote 523 - Giuseppe Vincezo Mozzini
Dois anos depois... 1879!
(Relato de Júlio Lorenzoni, em seu livro "Memórias de um imigrante Italiano").
"Estamos em fins de março, do segundo ano (1879). O milho está pronto, tendo chegado já à completa maturação... Entre nossos colonos, havia os carpinteiros, ferreiros e moageiros, assim é, que três meses depois já estavam prontos cerca de dez moinhos.
Assim sendo, nos meses de julho e agosto, os nossos camponeses, contentes, comiam sua polentinha com a carne de vários espécies de pássaros, que diariamente eram caçados...
... foram comprados, em casas brasileiras e alemãs, algumas galinhas e um galo... como era agradável, ouvir pela manhã o cantar dos galos no meio daquela floresta virgem... As mulheres também estavam satisfeitas porque, pouco tempo depois, começava a postura das galinhas... ... o cão e o gato, também foram encontrados facilmente... também um porquinho, uma vaca, um cavalo ou um burro! Posso garantir que muitas famílias, na primavera daquele mesmo ano (1879), já possuiam uma linda plantação!
... o colono, dia a dia, melhorava seu padrão de vida, satisfeito, feliz, sentindo-se um pequeno proprietário, livre e independente, esquecendo assim, todos os sofrimentos e dificuldades passados depois de sua saída da Pátria!"
Notícias do Brasil!
Isso motivava que muitos decidissem emigrar também!.
