Passo Fundo, berço da família Mozzini


Catedral Nossa Senhora Aparecida, de Passo Fundo-RS.

  1. Sertão (1921)
    João Jorge Mozzini e Tereza Anversa, depois de terem chegado à localidade de Sertão (Getúlio Vargas-RS), tivevam mais sete filhos, infelizmente, com o óbito do primeiro:
                         Luiz    (1921 +1921)
                         Danilo    (07.09.1922)
                         Severino   (12.02.1925)
                         Olinda    (10.09.1926)
                         Henrique   (09.08.1927)
                         Amélia    (10.11.1928)
                         Ínes    (21.01.1931)

    Em 1931, quando sua filha mais velha (Maria) tinha 13 anos e a mais nova (Ines) com menos de 1 ano, decidiram mudar-se para São José.
    Nessa localidade, estariam arrendando um moinho de propriedade do Sr. Alberto Fantin. Houve um acordo verbal, aonde, dentro das negociações, João Jorge reformaria o moinho e faria uso dele por 5 anos. Para tanto, desmonta sua carpintaria e fábrica de cadeiras, carrega as máquinas e a mudança numa carroça e muda-se com a esposa e seus nove filhos, para São José.

  2. São José (1931)
    Conforme relato de seu filho Severino, que na época tinha 6 anos, a viagem de Sertão a São José, teve a duração de 8 dias. A carroça era puxada por cinco juntas de bois. Devido ao peso da carga e às péssimas condições das estradas, de tempos em tempos, faziam paradas para proporcionar descanso a todos, principalmente aos animais. Ao chegar a noite, improvisavam um acampamento acomodando as crianças da melhor maneira possível. Quando a parada ocorria perto de alguma residência, solicitavam algum tipo de ajuda, como empréstimo do fogão para preparar uma polenta, uso de banheiro para limpar as crianças, etc..
    São José fica entre São Roque e São Valentim, localidades próximas a Passo Fundo-RS.
    Dentro de pouco tempo, o moinho foi totalmente reformado e logo teve muito movimento. Antes de dois anos, o proprietário rompe o contrato, unilateralmente, obrigando João Jorge a recomeçar tudo a partir da estaca-zero. Com essa decisão inesperada, resolve mudar-se para São Roque.

  3. São Roque (1933)
    Em São Roque, monta seu próprio moinho. Em paralelo, montou também a carpintaria e a Fábrica de Cadeiras.
    Devido à pouca água, uma vez que ela percorria um longo percurso e, conseqüentemente, parte dela era sugada pelo solo, João Jorge teve que mudar o moinho de lugar. O lugar escolhido foi ao lado da Igreja de São Roque, aproveitando as águas do riacho que ali passa. Nesse lugar, permaneceu por 7 anos.


    Foto da Igreja de São Roque, em 1998. Nota-se a ponte do riacho que fornecia água para a roda do moinho.

  4. São Valentim (1940)
    Em 1940, João Jorge muda-se para São Valentim transferindo seu negócio para aquela localidade. Amplia o moinho, adquirindo outra pedra mó para moer farinha de trigo. A montagem dos moinhos era feita sempre pelo próprio João Jorge e seus filhos, Severino, Danilo e Henrique.
    Esse moinho abastecia toda a redondeza e fornecia farinha, também, para Passo Fundo. Na foto abaixo, o moinho, que funciona até hoje.

    Moinho de São Valentim, parte frontal.

    Moinho de São Valentim. Visita feita em 1997 por, Severino Mozzini (que ajudou a construir o moinho), seu filho Nadyr João e família (esposa Sílvia, filhas Renata e Paula).

    O funcionamento desse moinho durou somente dois anos. As vendas feitas a fiado, o não pagamento delas aliadas à falta de habilidade de João Jorge em fazer as devidas cobranças, fez com que ele decidisse montar seu negócio em outra localidade.

  5. Capinzal (1942)
    João Jorge vendeu o moinho em São Valentim e comprou 16 alqueires e meio de terra, no Capinzal, cujo proprietário era o Sr. Fernando Mainardi, por 16 mil e 500 contos de réis. Ali, montou novamente seus negócios, ou seja, novo moinho, capintaria e fábrica de cadeiras. Para a construção, contou com a ajuda dos seus filhos Severino, Henrique, Danilo e Darcy.
    No ano seguinte, o ex-proprietário das terras retorna ao Capinzal e procura recomprar a terra. João Jorge, que ainda não tinha pago toda a dívida, renegocia vendendo 10 alqueires e ficando com os 6 alqueires e meio, cobertos de araucária. Como tinha essa mata, monta uma serraria que além de abastecer sua carpintaria com madeira, produzia também tábuas para a contrução de casas.



  6. Santa Marta (1954)
    Em 1954, João Jorge vende suas terras no Capinzal e muda-se para a Vila Santa Marta, distante 10 km do Capinzal e 5km centro de Passo Fundo-RS. Lá, monta novamente o moinho, a carpintaria e serraria. No ano de 1959, vende o moinho, compra uma casa no mesmo quarteirão, e fica somente com a carpitaria.


  7. Passo Fundo (1970)
    Em 1970, João Jorge e sua esposa Tereza Anversa, mudam-se para a cidade e vão morar com seu filho Severino Mozzini. Alguns anos depois, mudam-se para a casa da sua filha mais moça, Inez Lourdes Mossini.


    Foto tirada em 1964 - Bodas de Ouro dos Nonos.


  8. Falecimento do Nono (07/09/1976)
    Pelo fato de sempre ter trabalhado no pesado, o Nono adquiriu duas hérnias que sempre o incomodaram muito. Em 1976, seu médico de confiança, que tinha a sua idade, resolve operar as duas ao mesmo tempo, contrariando os desejos da família. As técnicas inadequadas do seu médico ocasionaram uma inflamação importante. Já bastante debilitado, vem a falecer devido a uma infecção generalizada.

  9. Falecimento da Nona (17/02/1985)
    A nona Tereza Anversa, já com 93 anos, começa a sentir dores nas costas. Ela tinha uma constituição franzina, sendo magra e baixinha. A idade avançada curva-lhe um pouco a coluna. Ao ser examinada, o médico prescreve medicação para a coluna. Passam-se os dias e as dores aumentam. Retornando ao médico, ele mantém o mesmo tratamento da coluna. A situação piora alguns dias depois, impedindo que ela se levante. Hospitalizada, constou-se pnemonia-dupla. Infelizmente o quadro fica irreversível e ela vem a falecer.

    Foto tirada nas Bodas de Ouro - Passo Fundo/RS - 1964.

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