Dom Pedro II e a Imigração

No outro lado do Oceano Atlântico, D.Pedro II, imperador do Brasil, começa a preparar o país para a Abolição da Escravatura.
Em 1871, ele criaria a Lei do Ventre Livre, a qual determinava que filhos de escravos nasceriam livres. Em 1885, promulgaria a Lei dos Sexagenários, que libertava escravos que atingissem 60 anos. Para que esse plano fosse concretizado, o imperador tinha que colocar no marcado, mão-de-obra para substituir a mão-de-obra escrava.
Com o término da Guerra contra o Paraguai, o Imperador decide abrir as portas do país à imigração, colocando, dessa maneira, seu plano em prática.


Família de Dom Pedro II, Imperador do Brasil.
Da esquerda para a direita: Conde d'Eu(genro), Dom Pedro II, Teresa(esposa) e Isabella(filha).

Em meados de 1865 o Imperador D. Pedro II, em visita à Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, constata a baixa densidade demográfica da região e toma a iniciativa de colonizá-la. Abrir as portas do Brasil à imigração, resolvia dois problemas:
a) Ocupação das terras, que impediria futuras invasões pelos países do Prata;
b)Substituição da mão-de-obra escrava pela do imigrante, nas regiões mais desenvolvidas, aonde o trabalho dependia exclusivamente de escravos.
A opção pelo povo italiano, terra natal de sua esposa Tereza Cristina, prendia-se ao fato das péssimas condições em que eles viviam, fruto dos conflitos internos gerados pela campanha da unificação italiana.

O imperador envia à Itália, propagandistas encarregados de aliciar colonos. A notícia de que havia terra e trabalho para todos começou a espalhar-se nos campos italianos. Os propagandistas espalhavam de forma bastante exagerada, vantagens oferecidas como: contratos de trabalho vantajosos, oportunidade de tornarem-se donos da terra, passagens para o Brasil. Vantagens estas que, na verdade, nem todas correspondiam à realidade.

Em 1870, D.Pedro II, junto com o Governo da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, deu início à demarcação de lotes coloniais que dariam origem às Colônias Dona Isabel (Bento Gonçalves) e Conde d'Eu (Garibaldi). Para isso, firmou contratos com empresas que se encarregariam de trazer os imigrantes da Itália e administrariam a alocação dos colonos aos lotes. Passados 5 anos sem a eficiência esperada desses contratos, o Governo Imperial cancelou-os e passou a auto-administrar a imigração.

Em 1875, funda uma nova colônia denominada "Fundos de Nova Palmira", no Campo dos Bugres, que dois anos depois, passou a chamar-se Colônia Caxias. Em maio do mesmo ano, chegaram os primeiros imigrantes que foram, inicialmente, instalados em um barracão na localidade de Nova Milano, hoje, Município de Farroupilha.


Colônia Caxias, em 1880.

As três primeiras colônias a serem habitadas, foram:
Colônia Caxias (Caxias do Sul),
Dona Isabel (Bento Gonçalves) e
Conde d'Eu (Garibaldi).

Como a serra gaúcha, a nordeste, já estava toda ocupada pelos imigrantes italianos, vindos principalmente do Vale Vêneto, em 1878, o imperador D.Pedro II criou a IV Colônia Imperial de Imigração Italiana no centro do Estado. Foram destinadas terras devolutas existentes no Município de Santa Maria da Boca do Monte, extendendo-se até os altos da Serra de São Martinho.
O núcleo da colônia situava-se aonde é hoje, cidade de Silveira Martins.

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