Dentre os 10 filhos de Giuseppe, Alexandre ocupa o 9° lugar, o penúltimo. Natural de Silveira Martins-RS, onde viveu sua infância e juventude na conhecida comunidade dos Mantovani. Segundo relatos de Alexandre, seu pai possuía terra, onde criou a família. Os filhos/as, aos poucos buscam por novos espaços, uma vez que a terra era pouca para ali constituir família e dela viver. Alexandre ali viveu até a idade de 33 anos, quando se casa com Amábile Pagliarini, aos 28 anos de idade, no dia 20 de julho de 1935, no referido município. Filha de Eustacchio Pagliarini e Luigia Pivetta, naturais de Silveira Martins-RS, Linha Duas Norte.
Alexandre e Amábile, possuíam meia colônia de terra, aproximadamente 13 hectares. Por alguns anos ali viveram e tiveram os três primeiros filhos: René João, Ademir Vicente e Neori José. Eram comuns as falas e histórias contadas a respeito da importante Igreja de Silveira Martins, construída com as doações do povo e o que ela representava na vida das pessoas; os encontros de namoro, as festas de Nossa Senhora da Saúde,casamentos, as rezas,etc.
Motivados pela idéia de possuir mais terra, vendem a pequena propriedade e mudam-se para Porto Mauá-RS, divisa com a Argentina. Próximo ao rio Uruguai que, consequentemente as cheias eram uma ameaça constante. A nova terra conquistada, uma colônia, muito acidentada, dificultando o plantio e produção de mercado, porém para viver havia fartura. A família é agraciada com a chegada de mais três filhos: Leonir Luis, Acelino Roque e Neusa Dolores, num total de seis filhos.
Família crescendo, mão de obra familiar favorável, Alexandre na tentativa de ampliar o negócio, vende a terra em troca de uma olaria de tijolos em sociedade, ainda em Porto Mauá.
A perda e o distanciamento da terra foram o maior arrependimento e desgosto que a família teve. Grandes dificuldades, dívidas, má administração.
Com as cheias do rio Uruguai em 1965 e 67, a família ficou arrasada, aumentando mais ainda as dificuldades. Porém, a família não perde o foco em voltar e possuir terra. O amor por ela cresceu com a perda. Onde? Agora o olhar de esperança é no rumo da Argentina, na Província de Missiones- Colônia Alvorada- 25 de Mayo, onde habitavam alguns brasileiros. A família vendeu tudo o que possuía, e, foi possível, adquirir duas belíssimas colônias de terra, em 1971, onde vivem até hoje. Um verdadeiro paraíso, prosperidade, hoje, ameaçado pela construção da Usina Hidroelétrica de Panambi- Alecrim, (acordo Brasil e Argentina).
Uma das grandes realizações de Alexandre Dante e Amábile era poder morrer na terra! Conforme seu desejo o universo os contemplou: Alexandre Dante faleceu no dia 14/09/1979 e Amábile em 30/12/1995.
Pode-se caracterizar a família de Alexandre com grandes pilares: resistência, retidão, trabalho e fé, entre outros, que impulsionaram a recomeçar a vida das cinzas, por diversas vezes.
Alexandre e Amábile, humildes trabalhadores, amantes da terra e de seus filhos/a.
História da família de Alexandre Mossini, 10 de maio de 2011.
(Redação: Neusa Dolores Mossini)
Esta foto, tirada em 1995, mostra o carinho dos filhos e netos para com a avó Amábile!